Cruzeiro vai poupar R$ 14 milhões com saída de jogadores e reformulação na base
Além de fortalecer a equipe em campo, com a chegada de sete novos reforços, a janela de transferências também significou ao Cruzeiro uma economia de aproximadamente R$ 14,1 milhões nos próximos dois anos, somente com a saída de jogadores do elenco principal e a reformulação nas categorias de base. Foi o que garantiu nesta quinta-feira (18), Pedro Martins, diretor de futebol do clube.
“Nesta janela, é importante ressaltar algumas decisões. Entre as saídas, a gente teve oito (do elenco principal), entre negociações e empréstimos. Isso impactou para o clube em 11,3 milhões (de economia) nos próximos dois anos. Dentro do sub-20, também tivemos oito saídas, com impacto de 2,8 milhões para os próximos dois anos, o que é um valor considerável para a categoria. Isso não quer dizer que o Cruzeiro não vai investir na base. Muito pelo contrário, a gente vai alocar os recursos para o lugar correto”, destacou o diretor.
“A gente procurou analisar o contrato, o custo e o perfil dos atletas. A gente está fazendo isso em todas as categorias, uma análise do sub-14, sub-15, sub-17, sub-20. Perfil do jogador, potencial futuro que ele tem e também o alinhamento que todas essas categorias vão integrar. Isso demanda tempo. Isso vai fazer com que o Cruzeiro consiga retomar ao longo do tempo também o seu protagonismo na formação de atletas. A gente não acredita que de um dia pra noite a gente vai ter sucesso nesta tarefa. Formar seres humanos não é algo simples e atletas de alto rendimento muito menos”, acrescentou.
Pedro Martins afirmou que o clube adotará essa “prática de sempre atuar com transparência e explicar a lógica das decisões no departamento de futebol”.
“É importante ressaltar o quanto o aspecto administrativo e financeiro ainda tem impacto na gestão do clube e como isso acaba fazendo com que nossas decisões sejam realizadas pensando não só no momento financeiro atual, mas também na constituição de um projeto para o futuro do clube. É sempre válido ressaltar que a gente está falando de um clube que estava num processo de muita dificuldade de gestão financeira, O Cruzeiro ainda tem uma dívida bilionária e tudo isso ainda gera impacto nas nossas decisões e na forma que a gente conduz o dia a dia do futebol”, destacou.
Pedro Martins explicou que a atuação do Cruzeiro nesta janela de transferências foi pautada por pontos fundamentais.
“O primeiro ponto: precisamos reestruturar os ativos do clube, alguns jogadores que vieram (no início do ano) foram pensando em uma resposta esportiva de maneira imediata. Agora, nessa janela, o clube procurou buscar jovens de potencial não só para integrar o elenco de maneira imediata mas também pensando numa revenda, pensando no Cruzeiro nos próximos anos, para também fazer a transferência de atletas se transformar em forma de receita para o clube”, assinalou.
O cartola também afirmou que o clube tem sido transparente com os atletas sobre a possibilidade ou não de utilização na equipe principal. “A gente vem conversando de maneira constante com a comissão técnica e procurando prever cenários, de jogadores que vão atuar mais ou vão jogar menos. Algumas transferências aconteceram em função disso. Jogadores que foram emprestados, que tiveram vínculos rescindidos, foram pensando em aspecto esportivo”.Sem citar nomes, Pedro Martins fez uma crítica a assinatura de contrato efetuadas por gestões anteriores com alguns jogadores. “Outro ponto importante foi o aspecto financeiro. Muitas vezes um atleta que não joga tanto onera a folha salarial e acaba impactando na decisão do clube. Ou às vezes os aspectos de direitos econômicos, que foram realizados ao longo dos últimos anos. Se o Cruzeiro não estava sendo beneficiado em seus contratos, a gente prefere buscar uma futura transferência e olhar por esse jogador atuando por outro clube para quem sabe a gente consiga receber um direito futuro ou uma receita pelo sucesso dele em uma outra instituição”, finalizou.